segunda-feira, 27 de maio de 2013

Sadomasoquismo!

"Quanto mais me bates...mais eu gosto de ti"

O termo sadomasoquismo (SM) designa uma tendência para práticas sexuais que incluem as ideias de dominação e submissão ou de impingir ou receber estímulos dolorosos mais ou menos intensos ligados ao prazer, bem como a ideia de diversos tipos de sofrimentos impingidos a si ou ao(s) parceiro(s). O termo “sadismo” refere-se ao escritor francês Donatien Alphonse François, o Marquês de Sade, e o termo “masoquismo”, ao escritor austríaco Leopold Ritter von Sacher-Masoch, que da mesma forma que Sade, punha em prática na sua vida cotidiana as fantasias de castigos corporais, de humilhações, imaginados nos seus romances.

As tendências sadomasoquistas existem, em maior ou menor grau, em qualquer pessoa e fazem parte das múltiplas expressões da complexa sexualidade humana, apesar de, muitas vezes, encontrarem-se reprimidas em cantos obscuros do inconsciente ou, mesmo vindo à consciência sob forma de sonhos ou fantasias, jamais serem expressar na prática. Por outro lado, existem muitíssimas pessoas em todo o mundo que exercitam esta sua porção sadomasoquista, especializando-se em técnicas sádicas, masoquistas ou em ambas, constituindo estes últimos os verdadeiros sadomasoquistas, na mais pura acepção da palavra.

Uma relação sadomasoquista pode se apresentar sob formas muito variadas: relações estáveis e duradouras, eventuais e fortuitas, heterossexuais, homossexuais, bissexuais, em duplas ou em grupos. Suas expressões são tão variadas e distintas quantas são as expressões da sexualidade humana. No entanto, ao contrário do que pensam muitas pessoas, não há nada de pervertido ou violento: o SM é uma prática relativamente comum, na qual pessoas praticam técnicas diferentes, mas estão de pleno acordo com o que será feito. Paradoxalmente ainda hoje em dia o sadomasoquismo é visto pela Psiquiatria clássica como um desvio de sexualidade, incluída na lista das ditas “parafilias”, e encarada como uma doença em potencial ou um processo patológico. 

A grande incoerência está que mesmo Sigmund Freud já descrevia o SM como uma fase normal do desenvolvimento infantil e sob este tema, seu discípulo Wilhelm Reich muito discorreu, identificando detalhadamente a fase masoquista e a fase sádica como etapas consecutivas da chamada fase anal (dos 2 aos 3 anos de idade). Apesar do diagnóstico ainda figurar na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde, a maioria dos psiquiatras e dos psicólogos já entendem o SM como uma expressão aceitável da sexualidade, quando ocorre de forma consensual e livre entre pessoas adultas e em plena consciência dos seus atos. Os psicólogos e os psiquiatras estão a chegar à conclusão de que o sadomasoquismo não é uma doença e pode até dar mais satisfação a algumas pessoas do que o sexo convencional.

Algemas, roupa de couro, chicotes, látex, velas... Estes são alguns objectos facilmente associados ao sadomasoquismo, uma prática considerada normal para uns mas escandalosa e bizarra para outros. De facto, todos estes utensílios são alegremente usados pelos sadomasoquistas. 

Termos como tortura, perversão, crueldade, maldade ou violência são, tal como os objectos acima referidos, associados a esta prática sexual. Não custa muito imaginar porquê... 

Veja-se a palavra sádico: traduz uma pessoa perversa, que se diverte com o sofrimento dos outros. E se um sádico é visto com maus olhos, um sadomasoquista ainda pior...


Em relação à etimologia da palavra sadomasoquismo, trata-se de uma aglutinação da palavra sadismo com a palavra masoquismo. 

Passemos à acção… 

As classificações do SM são várias e determinam, essencialmente a forma e o grau de sadomasoquismo de cada adepto ou casal. Na Europa são usadas duas:

Sadomasoquismo leve (sm light): é uma modalidade que incluí as humilhações físicas, verbais e morais. Exemplo: ofender o parceiro, ou obrigá-lo a vesti-se de empregada e limpar a casa, ou ainda obrigar o parceiro a comportar-se como um "cachorro" submisso. 

Sadomasoquismo pesado (sm heavy): versão mais “hard” desta prática sexual, em que os parceiros não se contentam apenas com humilhações. Existem casos de pessoas que, por terem atingido um elevado grau de tolerância à dor, buscam mais prazer, ou seja, mais dor, chegando a pedir aos parceiros que lhes amputem a primeira falange de um dos dedos, sem anestesia e com um serrote! 

Há ainda quem considere o SM um jogo (sexual, claro) cujas regras baseiam-se nos princípios das sociedades onde existia a escravatura. Ou seja, ao dominador tudo é permitido, já que é o mais forte na relação, sendo o escravo um ser desprezível. 

Sadomasoquismo é, pois, torturar e ser torturado por livre vontade, por forma a garantir a realização de desejos e fantasias. Como não poderia deixar de ser, nas relações SM existem limites e regras, sendo que cada casal adopta as suas próprias regras.


Existem, no entanto, outras formas de sadomasoquismo mais brandas, como o bondage, as cócegas (tickling) e a podolatria (bare foot), assim como formas de SM mais violentas, como o espancamento (spanking). 

Shibari e Bondage: São duas técnicas de amarração com o maior número de amantes dentro do sadomasoquismo. O objetivo é imobilizar o parceiro, para que ele seja dominado. O shibari deixa a marca das cordas pelo corpo. Já o bondage apenas impede que o parceiro de se movimentar, facilitando ainda mais a sua dominação. 

Bukkake: é a prática extrema de dominação e submissão, onde a mulher fica amarrada de joelhos enquanto o seu parceiro (ou os parceiros) ejacula em seu rosto. 

Spanking: é o ato de bater, tanto com as mãos, chicote, vara, chinelo ou palmatória, durante a relação sexual, mas sempre com o consentimento de quem irá “apanhar”.

Se pretende apimentar a sua relação, lembre-se que é imprescindível a conscientização do seu parceiro, pois as sessões de sadomasoquismo exigem certa formalização do ambiente, com o uso de figurinos e acessórios ideais para a prática. E, se apenas um dos dois ficar mais entusiasmado com a novidade, um grande desentendimento pode acabar acontecendo, causando uma enorme fissura na vida sexual do casal. Por isso, vale a pena lembrar que é possível praticar o sadomasoquismo de uma maneira mais leve, aumentando ainda mais o prazer do momento, apenas com o uso de acessórios não tão extremos, como o chicote ou algema. Investir em roupas ou lingeries sensuais ou em um simples par de salto alto, também pode mexer com o imaginário masculino, proporcionando uma deliciosa noite de "tesão" e prazer aos dois. 

O que vale, portanto, é levar em consideração a intenção do casal. E quando um ou outro não concordar, existem duas opções: ou alguém cede para atendar as vontades do outro ou cada um segue seu caminho, buscando novas experiências. Afinal, nada pode ser pior para esfriar uma relação do que a falta de interesses em comum. 

Deixo aqui um último concelho, para quem tenciona experimentar.  Comece devagar e PRATIQUE! Aprenderá rapidamente, divirta-se ao longo do caminho e então, passe apenas por situações com as quais tem sonhado!






Cronista,

Daniela Macário

Blog LipStick

1 comentário:

  1. eu realmente tenho uma duvida, e caso possa responder, ficaria muito agradecida. Um inviduo pode ser sadico e masoquista ao mesmo tempo?
    agradeço desde já e ate

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