terça-feira, 9 de abril de 2013

JOGO DE SEDUÇÃO! FLIRT!

A sedução é a expressão da sexualidade, através da sensualidade. Trata-se do assumir que é alguém que tem desejos e que é passível de ser desejado. Sedução implica em ousadia, auto conhecimento, confiança, segurança, desinibição. É um jogo relacional onde dá sinais de que se interessa pelo outro e torna-se alvo da nossa atenção. Todas as outras atitudes e comportamentos reforçam ou não o sinal de interesse. Se é correspondido pode avançar alguns passos e vice versa tudo depende do objetivo de cada um, preparo emocional e da sua capacidade para tolerar frustração. 

O processo de sedução é um jogo, porque os envolvidos sabem que alguns movimentos e atitudes são pura simulação... mas preferem que seja mesmo assim. Aos muito tímidos, ou aos muito explícitos, resta procurarem se adequar, para serem mais bem-sucedidos. SEDUZIR NÃO É ENGANAR! 

Sedução é algo que se aprende, e que melhora com o treino. As dicas são bem parecidas para ambos os sexos, ou seja, servem para mulheres conquistarem os homens, e vice-versa. 

Conquistar uma pessoa é um momento da vida que reforça o que abala a auto-estima. Saber que a nós conseguimos, dá-nos um ar de confiança que levamos para a próxima conquista, ajudando para que seja bem sucedida. Se, ao contrário, recebemos um não, já partimos para a outra com dúvidas acerca da nossa competência nessa área. Não se deixe cair nessas armadilhas, Tanto um “sim” como um “Não”, fazem parte da vida, e é preciso saber conviver com eles. (ambos são destrutivos, porque mesmo uma sequêcia de abordagens bem sucedidas podem lhe conferir uma arrogância que pode atrapalhar no futuro). 

Culturalmente a sedução masculina sempre foi mais explícita e a feminina mais escondida. Para os homens sedução era sinônimo de virilidade e para as mulheres de promiscuidade e desvalor. 

Com as mulheres conquistando ativamente o seu espaço na sociedade e no mercado de trabalho, consequentemente assumiram mais o poder e com ele a sua liberdade de ação e atuação dos seus desejos, inclusive sexuais.

Hoje a mulher também escolhe, não é apenas escolhida, a relação de sedução é mais clara, ela não precisa ou não deseja ficar mais no papel de chapeuzinho vermelho ou da bela que dorme, enquanto seus desejos aguardam ser despertos. Hoje a mulher está mais para "Mulher Gato",(tal como no filme Batman) sensual, forte, intrigante e ágil. Aquela velha fórmula de mulher como sinônimo de atitudes passivas e homem de comportamentos ativos, a muito não reflete a realidade social. O jogo de sedução pressupõe movimentos sutis. Uma mulher com roupa insinuante pode excitar muito mais do que se estivesse nua. O "faz que mostra e não mostra", provoca os sentidos muito mais do que aquilo que é explícito. É por essa razão que as mulheres seduzem mais do que os homens, que tendem a ser mais objetivos e menos sutis.

O homem também mudou, não é apenas o príncipe encantado que tem que ser belo, rico, forte e sarado no seu cavalo branco, ele já aceita dividir a conta do restaurante ou ajuda nas tarefas domésticas, sem achar que está a perder a sua masculinidade.  Mas existem aqueles homens com interesse declarado, estampado nas suas testas não têm qualquer tipo de piada, porque estão ali disponíveis, caso a mulher queira. Elas procuram dar-se para aqueles que as deixam na dúvida,  que conseguem ocultar o interesse (que elas sabem que existe, mas há uma pontinha de dúvida).

É muito importante que não tente parecer diferente, faça investimentos na espontaneidade, seja natural. Simular ser uma pessoa misteriosa, só vai atrair os muito ingênuos, ou quem quer mesmo se aproveitar de si, independente da sua conduta. 

Ninguém se deve mostrar 100% transparente aos olhos dos outros, porque dá a impressão de que não há mais nada para descobrir, para conquistar, e isso funciona como um fator que desmotiva. Não se vista de mistérios, mas também não se mostre por completo. 

E o medo? O que fazemos com ele? Como sustentar um olhar sem suar frio, como desmontar o mito - inconsciente, na maioria das vezes, mas algumas vezes consciente, fruto de preconceitos culturais - que paquerar não é sinônimo de promiscuidade, não é coisa de mulher que não presta, ou de homem que não vale nada?! É verdade!! Alguns homens também sofrem com isso. 

O medo de se expor se correlaciona com o medo, a crítica, a opinião e avaliação alheia. Algumas pessoas, geralmente as mais tímidas, carregam um equívoco importante, deduzem que ser o bom moço ou a boa moça significa não desejar nada, apenas esperar ser desejado ou escolhido, e consequentemente quem deseja estaria se oferecendo descaradamente. 

Desejar é natural e humano, o entendimento que desejo é algo feio ou imoral advém de uma sociedade baseada nos contos de fada, na separação simplista de pureza e impureza, bom e mau, céu e inferno, que se afasta da realidade humana e pior, onde a sexualidade torna-se feia e suja. Obviamente quando me refiro a jogos de sedução, o que estou a considerar entre pessoas adultas e autônomas, e não quando a sedução é usada contra crianças ou pessoas indefesas, nestes casos, considero um ato absurdo e covarde.

As ideias e opiniões são tantas que chegam a ser contraditórias e há quem possa confundir os conceitos. Antes de mais é preciso saber que um flirt é um jogo de sedução e inteligência, uma espécie de savoir faire, portanto quem acha que um flirt é uma mera troca de olhares ou sorrisos esporádicos, uma piada ou um piropo está enganado. Isso, todos nós o faz por uma questão de simpatia. É importante sermos francos – um pensamento é diferente de um acto, assim como um devaneio é diferente de uma ação. Uma coisa é olharmos para uma pessoa e achá-la interessante e atraente, sentir uma qualquer vibração física e momentânea. Outra coisa é tentá-la, dizer-lhe que está a provocar em nós um misto de excitação com prazer, persuadi-la na esperança de receber um feedback que nos faça sentir igualmente atraentes. Todos nós já nos imaginámos a beijar o Johnny Depp ou a Angelina Jolie, já pensámos como seria seduzir o professor de Educação Física ou a professora de Matemática, mas isso não é um flirt, é um fetiche.

O flirt é como o jogo do “toca e foge” que é o que, normalmente, falta nas relações estáveis e duradouras porque tocou-se e não se fugiu. Todos nós já passámos pela experiência do flirt, comprometidos ou solteiros. O flirt sem intenção de finalizar o jogo é uma traição a nós próprios e apenas demonstra falta de confiança, auto-estima e por isso necessitamos de nos sentir interessantes e atraídos por terceiros. O flirt é um engate e se este é, para quem o faz, um simples jogo ou uma forma de alimentar o seu ego e auto-estima, esquece-se que pode ser uma grande desilusão para o companheiro, por se sentir inapto e incapaz de alimentar todas essas necessidades. Há uma diferença entre motivação e obsessão.

Não existem flirts inocentes. Ponto. Sermos simpáticos com o senhor do café para pagarmos o chocolate só no dia seguinte ou sermos engraçados com o segurança do bar para nos deixar entrar não é um jogo de flirt, é apenas um manuseamento, um acesso para conseguirmos algo facilmente. O flirt obriga que haja troca de sinais interesseiros, troca de palavras tentadoras, subentendidas – é um jogo de sedução entre duas pessoas, seja virtual ou fisicamente. O flirt implica desejo e emoção e são esses pontos que devem ser procurados e estimulados dentro de uma relação e não fora dela.

Isto é um exemplo de flirt: «Olá loiraça boazona. Essa mini-saia que trazes vestida está a deixar-me doido», «Então e quando é que nos encontramos para te encostar à parede?», «Eu estou desejoso de provar os teus lábios. A questão é se tu queres provar os meus». Imaginem se o vosso companheiro dissesse isto a outra pessoa. Não sentiam uma falta de respeito? Não se sentiriam traídos? Incomodados?

Todos nós já passámos pela experiência do flirt, comprometidos ou não, sabemos o que é e como nos faz sentir. Há flirts perigosos. Há pensamentos perigosos. Há desejos perigosos. E se as pessoas não se deixam levar pelo flirt é para não perderem outra coisa qualquer mais importante, ou seja, auto-impõem isso a elas próprias, se não o fazem é porque existem forças exteriores a contrariar essa vontade.  Se são traição? Cada um há-de ter a sua opinião, mas são indícios de que algo não está bem, seja connosco, seja com o outro. O perigo do flirt está na sua intenção. Quando acontece connosco, conhecemos os nossos intuitos e sabemos se são sérios ou se não passam de um devaneio momentâneo e que nada coloca em causa o que sentimos pelo nosso companheiro. O pior é quando o flirt passa-se com a outra pessoa porque, por mais que confiemos nela, nunca saberemos exactamente a intenção da mesma, o não sabermos até que ponto esse flirt pode ou não ir mais além e, principalmente, não sabermos se estão em causa os sentimentos que o nosso companheiro tem por nós. E nunca o saberemos porque das nossas intenções sabemos nós.

O jogo da sedução pode ser algo lúdico e fortalecedor da auto estima quando utilizado de forma saudável, afinal de contas, quem não gosta de uma massagem no ego de vez em sempre!




Autoria de,
Daniela Macário
Blog LipStick

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